Casos de HIV sobem 6% em 2017, segundo Ministério da Saúde

Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de casos de HIV notificados em 2017 no país foi de 42,4 mil — 6% a mais que os 40 mil de 2016. Cerca de 66,6% dos diagnosticados têm entre 20 e 39 anos. Do total, 73% são homens e 27%, mulheres. Entre os homens com mais de 13 anos, 53,6% se expuseram em relações homossexuais. É a maior proporção desde pelo menos 2007, quando se inicia a série histórica disponível no boletim epidemiológico oficial.

Ao longo da apresentação dos dados e divulgação de uma nova campanha para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que acontece em 1º de dezembro, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, não mencionou os dados específicos sobre a população de homens que se relacionam sexualmente com outros homens, historicamente enfatizada nas políticas contra o HIV. Questionado se as estratégias do ministério contemplariam o público considerado vulnerável, Occhi destacou a necessidade de trabalhar a prevenção e a detecção precoce, inclusive com a adoção de autotestes no SUS a partir de janeiro.

“A opção, ela é livre, mas se previna. É só assim que você vai evitar contrair a doença. Então as nossas ações são nesse sentido e os próximos passos, como apresentado, é termos a possibilidade de oferecer às pessoas o autoteste”, afirmou o ministro.

Diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken afirmou que a campanha, neste ano, optou por retratar as pessoas vivendo com HIV. Ela mencionou um vídeo divulgado pouco antes com militantes falando de qualidade de vida, tratamento e redução da carga viral. Mas ressaltou que a população homossexual faz parte das políticas da pasta.

“Na nossa agenda estratégica, várias ações inclusive já foram feitas. Criamos o material específico para jovens, homens que fazem sexo com homens”, afirmou Adele.

A diretora destacou ainda que o aumento do número de casos de HIV diagnosticados em 2017, aparentemente um dado ruim, é “uma questão positiva” para a gestão. Segundo ela, é a oportunidade de levar o paciente para tratamento a fim de reduzir sua carga viral para que ele não desenvolva a aids, que é a doença decorrente do vírus. Com isso, pode também deixar de transmitir o HIV.

“Para nós, o importante é detectar quem está infectado para colocar em tratamento, para que essa pessoa não adoeça de Aids e não venha a falecer”, disse a diretora.

Adele ressaltou que a detecção de aids — ao contrário dos diagnósticos do vírus — caiu em números absolutos e taxas. Saiu de 39,1 mil casos para 37,7 mil de 2016 para 2017. Ou 19 para 18,3 por 100 mil habitantes.

A taxa de infecções em crianças expostas pelo HIV, em função de a mãe ter o vírus, também registrou queda no mesmo período, de 2,6% para 2,1%. Isso como efeito, segundo Adele, da maior detecção entre as gestantes, que subiu de 2,7 para 2,8 por 100 mil habitantes. Com o diagnóstico, é possível evitar a transmissão, explica.

Fonte: Agência AIDS

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