Governo de SP busca voluntários para teste de remédio injetável mensal contra o HIV como alternativa ao coquetel diário

Injeções de cabotegravir são aposta para evolução da profilaxia diária e oral por causa da discrição e praticidade da aplicação de longa duração. Testes serão feitos em organismos HIV-negativo.

O governo do estado de São Paulo procura voluntários para testar um novo medicamento que previne a infecção pelo vírus HIV, causador da Aids, por meio de injeções de longa duração como alternativa ao coquetel diário por via oral.

Até o momento, a única forma aprovada de evitar a propagação do vírus é o uso programado da combinação de comprimidos de tenofovir e de entricitabina. Esta profilaxia pré-exposição (PrEP) está disponível no SUS desde 2018 e tem se mostrado efetiva em controlar a epidemia em diferentes cidades do mundo.

No entanto, as injeções de cabotegravir são a aposta para a evolução dessa PrEP devido a discrição e praticidade da aplicação de longa duração. O medicamento anti-HIV é estudado tanto para prevenção, quanto para o tratamento de pessoas que já convivem com o vírus.

Como tratamento, testes com injeções mensais mostraram o cabotegravir como um método efetivo e seguro, segundo a Secretaria da Saúde.

Como prevenção, os testes com o medicamento em voluntários HIV-negativo estão em andamento com intervalos maiores para aplicação em seis países – Estados Unidos, Argentina, Peru, África do Sul, Vietnã e Tailândia, no Rio de Janeiro (Fiocruz), em Porto Alegre (Hospital Conceição), em São Paulo, no Hospital das Clínicas, e começam nesta segunda-feira (3) no Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, da Secretaria da Saúde.

Como será

Para verificar como o organismo reage ao medicamento, podem participar dos testes e da pesquisa homens gays e bissexuais, mulheres trans e travestis, necessariamente HIV-negativos, maiores de 18 anos, sem aplicação de silicone nas nádegas.

Metade dos participantes receberá comprimidos diários de coquetel oral e injeções de placebo a cada dois meses. A outra metade receberá injeções do cabotegravir a cada dois meses e comprimidos diários de placebo.

Nem a equipe nem os participantes saberão quem está em qual grupo até o fim do estudo.

A Secretaria da Saúde defende que “a participação na pesquisa é uma forma de ativismo – uma maneira de contribuir para a saúde sexual futura da própria comunidade”.

Para participar do estudo, o interessado deve entrar em contato com a Casa da Pesquisa do CRT DST/Aids.: (11) 5087-9903, WhatsApp (11) 94532-3864 ou pelo e-mail pesquisa@crt.saude.sp.gov.br

Fonte: G1

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