Sexo sem proteção no Carnaval? Agir rápido pode evitar HIV

Se você esqueceu a camisinha na hora do sexo casual e, agora, está preocupada (o) com as consequências deste vacilo carnavalesco, ainda é possível se prevenir tanto contra uma indesejável gravidez como contra a contaminação do vírus HIV. Mas é preciso agir rápido. “Todos são passíveis a erros, portanto não se envergonhe. O importante é buscar uma unidade de saúde para o tratamento pós-exposição em até 72 horas”, afirma Alexandre Naime Barbosa, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), ao se referir ao PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV).

Uma medida de prevenção à infecção pelo vírus HIV que está disponível gratuitamente na rede pública de saúde com índice de sucesso de 98%, segundo Ivone de Paula, gerente da área de prevenção do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. “Isso é claro se o tratamento for seguido à risca”, afirma. Segundo ela, é necessário o uso dos medicamentos antirretrovirais por 28 dias para evitar a sobrevivência e a multiplicação do vírus no organismo.
A opção recomendada a vítimas de violência sexual (sexo não consentido), bem como a todas as pessoas que tenham tido uma relação sexual com penetração sem camisinha com um soropositivo ou alguém que não se sabe se vive ou não com HIV. O mesmo vale para o caso em que a camisinha estoura. Mas não é indicado para quem já tem o vírus ou quando o contato com o vírus tenha ocorrido há mais de 72 horas. “O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, preferencialmente nas duas primeiras horas após a exposição ao vírus e no máximo em até 72 horas”, diz Ivone, que descreve a PEP como uma “medida preventiva de emergência”, mas não “como uma substituta da camisinha”.
E, como todo medicamento, os antirretrovirais utilizados na PEP também podem causar efeitos colaterais –dor de cabeça, enjoos, diarreia e, em casos mais raros, hepatite tóxica [inflamação no fígado causada por agentes químicos]. “Mas mesmo que você desenvolva algum desses sintomas, não interrompa o uso dos medicamentos. O indicado é procurar imediatamente o serviço de saúde que o atendeu para buscar orientações”, diz Ivone.

Teste de HIV

Mas caso já não dê mais tempo para você recorrer à PEP, o importante é realizar o teste de HIV, que é feito a partir da coleta de saliva (fluido oral) e fornece resultados em aproximadamente 30 minutos. É simples e indolor. “Exame que só deve ser feito 30 dias após a relação sexual, tempo da chamada janela imunológica [período entre a infecção pelo vírus e a produção de marcadores detectáveis pelos testes]”, afirma Ivone. E, em casos de diagnóstico positivo, o recomendável é buscar atendimento médico para que se possa dar início ao devido tratamento. O Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS sugere ainda atenção redobrada a outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, hepatite B e C. “Fique atento a possíveis feridas genitais e/ou corrimentos anormais, que devem servir de alerta e de indicativo para que se procure um médico.”
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