Vacina experimental encontra ponto vulnerável do HIV e neutraliza vírus

Resultado da vacina foi satisfatório em diferentes subtipos do vírus em testes com animais; primeiros testes em humanos devem começar no ano que vem

Pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), divulgaram nesta segunda-feira (4) os primeiros resultados de uma pesquisa que pretende desenvolver uma vacina contra o HIV.

O estudo foi publicado na revista Nature Medicine, uma das principais publicações do mundo na área de medicina.

A pesquisa é liderada pelos pesquisadores Peter Kwong, chefe da Seção de Biologia Estrutural do NIAID, e John Mascola, diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas.

De acordo com a publicação, os pesquisadores encontraram um ponto vulnerável na estrutura do HIV e usaram este ponto para neutralizar o vírus.

Para desenvolver a vacina, eles, primeiramente, identificaram quais anticorpos teriam potencial para combater o vírus HIV. A partir disso, se dedicaram a criar uma substância que fosse capaz de induzir esses anticorpos a “trabalhar mais”, a aumentar a resposta imune contra o HIV.

O passo seguinte foi induzir em camundongos, porcos-da-índia e macacos, a produção desses anticorpos. A experiência teve resultados satisfatórios com diferentes subtipos do vírus, encontrados em diversas partes do mundo.

O diretor do NIAID, Anthony Fauci, definiu a vacina como “potencialmente poderosa”, por meio de comunicado. “Este estudo é mais um passo na busca contínua pelo desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra o HIV”, afirmou.

Até o momento, só foram realizados testes em animais. Testes em seres humanos devem começar no segundo semestre de 2019.

Descobertas recentes

Segundo o NIAID, nos últimos anos, pesquisadores que se dedicam ao estudo do HIV descobriram muitos anticorpos naturais que podem impedir que múltiplas cepas de HIV infectem células humanas em laboratório.

Cerca de metade das pessoas que vivem com o HIV produzem esses chamados anticorpos “amplamente neutralizantes”, mas geralmente essa produção começa somente após vários anos de infecção – muito tempo depois de o vírus ter se estabelecido no organismo.

Os cientistas identificaram e caracterizaram os pontos do HIV onde cada anticorpo “amplamente neutralizante” se liga.

De acordo com o NIAID, por causa dessa descoberta, muitos laboratórios em todo o mundo estão desenvolvendo possíveis vacinas contra o HIV. Todas com o mesmo objetivo: fazer com que o sistema imunológico de pessoas não-infectadas pelo HIV produza anticorpos protetores após a vacinação.

Os cientistas do NIAID trabalham, agora, para deixar a vacina mais eficaz e fazer com que ela possa fazer efeito com um número cada vez menor de injeções.

No mundo, 36,7 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV e, mais da metade delas (53%), está em tratamento, segundo a Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids). No Brasil, a estimativa é que 827 mil pessoas estejam vivendo com o vírus HIV, de acordo com o Ministério da Saúde.

Fonte: R7 Saúde

 

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