HIV: Especialistas destacam importância do acompanhamento psicológico no diagnóstico

Apesar dos avanços no tratamento da infecção, o preconceito e a discriminação de pessoas vivendo com HIV levam a impactos negativos na saúde mental de quem recebe o diagnóstico

O mês de dezembro é dedicado à mobilização nacional pela prevenção do HIV e incentivo ao cuidado e assistência das pessoas que vivem com o vírus.

O tratamento do HIV alcançou avanços relevantes do ponto de vista da eficiência no controle da infecção e na redução dos efeitos colaterais dos medicamentos.

Embora a terapia antirretroviral tenha evoluído e a infecção seja tratável como outras doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, os impactos para a saúde mental de pessoas que recebem o diagnóstico ainda são significativos.

“O impacto do diagnóstico do HIV acaba sendo diferente daquele relacionado a outras doenças muito em função do estigma social associado ao vírus”, afirma o psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia Faculdade Maria Thereza (Famath).

O especialista afirma que o fato de o contágio do HIV estar vinculado principalmente à transmissão por via sexual reforça a associação da infecção com questões ligadas à sexualidade.

“Em doenças como o diabetes e a pressão alta, não existe um componente de moralidade tão explícito quanto em relação ao HIV. O ponto da sexualidade e a dificuldade que a sociedade tem de lidar com o tema influencia no modo de recepção desse diagnóstico”, afirma Torres.

“Apesar dos avanços tecnológicos em relação ao tratamento e à qualidade de vida das pessoas, em última instância o preconceito social acaba influenciando diretamente no medo que as pessoas têm e no modo que elas lidam com a infecção”, completa.

 

Fonte: CNN Brasil/Agência Aids

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